EXPEDIÇÃO CERRADO GOAINO (agosto/2017)

Publicado em 23 de Agosto de 2017

A Florescer realiza expedição com Clube da Semente do Brasil

Nereu Rios, da empresa Florescer, realizou uma expedição pelo cerrado de Goiás para coleta de sementes e para mapeamento de matrizes para futuras coletas. Foram percorridos quase quatro mil quilômetros e visitados diversos parques e chapadas. Participou da viagem Antônio Fernandes do Clube da Semente do Brasil.
No Parque Estadual de Terra Ronca, a espécie que mais chamou a atenção foram as centenárias árvores de embaré ( cavallinesia arbórea), também chamada de barriguda, barriguda-branca, árvore-de-lã, pau-de-navalha. É conhecida como o baobá brasileiro. Espécie linda, alta, imponente, rara de se encontrar. Foram mapeadas diversas árvores, algumas estão com frutos ainda verdes e a coleta deverá ser feita na próxima expedição.
Na Chapada dos Veadeiros foram coletadas sementes de jatobá (hymenaea courbaril), tingui (Magonia pubescens), abricó-de-macaco (Couroupita guianensis). Foram registrados as mangabas amadurecendo, as mimosa floridas, a sempre-viva chuveirinho (Paepalanthus) se abrindo. Uma das regiões mais lindas do país.
Passando pela Serra da Mesa, a expedição seguiu para a Pirenópolis, Serra dos Pirineus. Foram coletas diversas espécies como jacarandá brasiliana, lobeira, pau-terra, louro branco. Foram mapeados inúmeras espécies para coletas futuras, como o cajuzinho do cerrado, que estão todos floridos. O cega-machado, abundante na região, está começando a sua florada, deixando os morros coloridos.
Outro destaque foram as floradas dos ipês amarelos no meio da paisagem seca. O pau-formiga com seus galhos repletos de sementes que começam a amadurecer. Os pequis, fruto tão saboroso do cerrado que tempera muitos pratos goianos, todos em flor.
O Clube da Semente do Brasil, com sede em Olhos D`água, trabalha no estado de Goiás há mais de 30 anos. Já coletou toneladas de sementes que foram distribuídas por todo pais. Também plantou milhares de mudas na região. Diversos locais de plantio foram visitados para monitorar o crescimento das espécies. A equipe já planeja outra viagem para outubro. Além da coleta de sementes, a troca de experiências é importante para a continuidade do trabalho, em tempos tão desanimadores para o meio ambiente.
Em todo trajeto foi presenciado muitos focos de incêndio. O cerrado em flor e em frutos, perde muito com essa cultura do fogo, que tem que ser eliminada. As queimadas só trazem prejuízos para a fauna e para a flora. Além das queimadas, observa-se um crescente desmatamento. Fora das áreas de preservação, o que se vê é o predomínio da monocultura, devastando o cerrado. Nem as matas ciliares são poupadas, colocando em risco os córregos e rios.
SOS CERRADO